Retorno ao passado
A série Call of Duty há muito tempo mudou para os trilhos de lançamentos anuais, o que faz com que cada nova parte não seja tanto um evento, mas outro marco em uma longa linha de jogos semelhantes. No entanto, de tempos em tempos, os desenvolvedores retornam a eventos históricos, o que atualiza a jogabilidade usual. Call of Duty: Black Ops 6 é um desses casos. Em vez de guerras futuristas ou conflitos modernos, o jogo nos leva de volta à década de 1990, uma época de instabilidade geopolítica e intrigas nos bastidores.
Conspiração e operações secretas
O protagonista da campanha é Case, um personagem sem voz e sem personalidade claramente definida. Os jogadores controlam este agente da CIA que deve lidar com uma organização secreta chamada Pantheon. Este grupo opera em todo o mundo, manipulando eventos nos EUA, na URSS e no Oriente Médio. O contexto histórico do conflito está ligado à Guerra do Golfo, mas a trama logo se transforma no reino da pura fantasia.
Os jogadores enfrentarão uma série de missões que exigirão que eles lidem com conspirações, se infiltrem em instalações secretas e trabalhem disfarçados. Tudo parece uma mistura entre um thriller de espionagem e um filme de ação acelerado, mas às vezes o jogo se desvia para cenários excessivamente simplificados. Por exemplo, um grupo de agentes viaja por diferentes países sem problemas, embora estejam sendo procurados por serviços especiais, e todas as fechaduras do jogo são igualmente fáceis de arrombar – desde um beco da cidade até instalações rigorosamente vigiadas.
Personagens: uma nova equipe e velhos conhecidos
A campanha apresenta novos heróis e veteranos da série. Além de Case, o grupo de jogadores inclui:
Adler é um agente experiente que não confia em ninguém, nem mesmo em seus colegas.
Felix é um ex-agente da Stasi, um mestre em soluções técnicas que prometeu renunciar à violência, mas facilmente viola seus princípios.
Sev é um especialista em disfarces, capaz de se infiltrar facilmente em qualquer organização e ganhar a confiança até das pessoas mais desconfiadas.
Esses personagens acrescentam dinâmica ao jogo, mas às vezes suas ações parecem ilógicas. Por exemplo, Felix, apesar de sua aversão à violência, não tem problemas em se envolver em tiroteios, e Sev lida sozinho com tarefas que deveriam estar além das capacidades de um agente.
Jogabilidade e estrutura da missão
Apesar dos momentos polêmicos da trama, a jogabilidade em Black Ops 6 agrada pela variedade. A campanha inclui:
Tiroteios clássicos com cobertura e movimento dinâmico.
Missões secretas onde é importante não ser detectado e usar métodos não convencionais.
Os quebra-cabeças, embora simples, acrescentam variedade.
Um assalto a um cassino que inesperadamente lembra filmes sobre vigaristas astutos.
Algumas missões lembram elementos de um jogo de tiro tático, como coordenar uma equipe, usar dispositivos de hacking e analisar o ambiente. No entanto, na maioria dos casos, tudo se resume aos tiroteios habituais e à progressão linear.
Conclusão: vale a pena jogar?
Call of Duty: Black Ops 6 é um projeto controverso. Por um lado, o jogo agrada com sua mecânica de jogo, missões dinâmicas e a atmosfera dos anos 1990. Por outro lado, o enredo às vezes cai no reino da fantasia absoluta, e os personagens às vezes se comportam de uma maneira excessivamente simplificada.
Se você é fã da série ou gosta de filmes de ação com elementos de intriga de espionagem, o jogo vai te entreter. No entanto, aqueles que esperam uma narrativa profunda e realista devem estar preparados para um enredo que nem sempre resiste às críticas do ponto de vista lógico. No entanto, como na maioria dos jogos Call of Duty, o principal aqui não é o realismo, mas sim o espetáculo e a dinâmica.
